Quando a sociedade passa por mudanças dramáticas com a industrialização, as pessoas começam a pensar sobre o mundo que as cerca. Como as pessoas poderiam justificar essas dramáticas e repentinas mudanças como, por exemplo, quando o antigo sistema feudal deu lugar a uma nova forma de organizar o mundo social? Foi nesse contexto que a sociologia nasceu, quando os estudiosos começaram a ver a sociedade cada vez mais como algo que poderia ser analisado sistematicamente.
O Surgimento da Sociologia
Chegamos ao século XXI, estamos vivendo um momento da História que os especialistas estão denominado de globalização. Uma das características marcantes da globalização são os sistemas de comunicação que unem e aproximam espaços. A televisão, por exemplo, coloca um fato de um país distante dentro de nossa casa no mesmo tempo que ele está acontecendo, e tudo parece estar ocorrendo ali “na esquina de nossa casa”.
A tecnologia da comunicação imprimiu maior velocidade ao mercado econômico, fazendo com que a mercadoria circulasse e fosse distribuída mais rapidamente. Utilizando a expressão de McLuhan, o mundo se transformou numa aldeia global. Octávio Ianni constata que a globalização não é um fato acabado, mas um fenômeno em marcha, que destrói possibilidades e, ao mesmo tempo, cria outras. É um movimento que atinge todas as esferas da vida social, individual e coletiva.
Em cada lugar ou cidade, a globalização toma uma diferente fisionomia, ou seja, uma coisa é a interface da globalização com a cidade de São Paulo, outra coisa é a mesma interface com Salvador, na Bahia. Na expressão de Manuel Castells, a sociedade hoje é a sociedade da informação, uma sociedade em rede, que conecta e desconecta em qualquer momento e lugar. Uma sociedade em rede ultrapassa as relações sociais e técnicas de produção, atinge a cultura e as relações de poder.
Rifkin caracteriza o movimento da globalização como uma era de mercados globais, de produção automatizada, o processo produtivo à vista quase sem a presença do trabalhador da forma pela qual estamos acostumados, as multinacionais buscando abrir as fronteiras e transformando a vida de bilhões de pessoas para conquistar os mercados globais. Ele constata que a dinâmica da globalização poderá conduzir a humanidade a um porto seguro ou a um terrível abismo. Se de um lado o fim do trabalho é a sentença de morte da civilização, poderá sinalizar também algumas mudanças que provocarão um ressurgimento do espírito humano. Enfim, “o futuro está em nossas mãos”.
Através dos tempos, o homem pensou sobre si mesmo e sobre o universo. Contudo. Foi apenas no século XVIII que uma confluência de eventos na Europa levou à emergência da sociologia. Quando os antigos sistemas feudais começaram a abrir caminho ao trabalho autônomo que promovia a indústria nas áreas urbanas e quando novas formas de governo começaram a desafiar o poder das monarquias, as instituições da sociedade – emprego e receita, planos e benefícios, comunidade, família e religião – foram alteradas para sempre. Como era de se esperar, as pessoas ficaram inquietas com a nova ordem quer surgia, e começaram a pensar mais sistematicamente sobre o que mudanças significavam para o futuro.
O movimento intelectual resultante é denominado de Iluminismo ou Século das Luzes, pois a influência da religião, da tradição e do dogma no pensamento intelectual foi finalmente rompida. A ciência agora poderia surgir plenamente como uma maneira de pensar o mundo; já física e, mais tarde, a biologia foram capazes de superar a perseguição realizada pelas elites religiosas e estabeleceram-se como um caminho para o conhecimento. Junto com o crescimento da influência da ciência, veio uma avalanche de conceitos sobre o universo social. Muitos desses conceitos, de caráter especulativo. Avaliavam a natureza dos homens e as primeiras sociedades infiltradas pela complexidade do mundo moderno. Parte desses conceitos era moralista, mas não no sentido religioso. Com eles, o tipo adequado de sociedade e de relações entre os indivíduos (uns com os outros e na sociedade) foi reavaliado com base na mudanças econômica e política ocorridas com o comércio e, em seguida, com a industrialização. Na Inglaterra, esse novo pensamento foi denominado de Era da Razão; e estudiosos, como Adam Smith, que primeiramente articulou as leis da oferta e procura na área de mercado, também avaliaram os efeitos, na sociedade, do rápido crescimento populacional, da especialização econômica em escala, da comunidade em declínio e dos sentimentos morais debilitados. Na França, um grupo de pensadores conhecido como filósofos das luzes também começou a expor uma visão do mundo social que defendia uma sociedade em que os indivíduos eram livres da autoridades política arbitrária e eram guiados por padrões morais combinados e pelo governo democrático.
Ainda outra influência por trás do surgimento da sociologia – a Revolução Francesa, de 1789 – acelerou o pensamento sistemático sobre o mundo social. A violência da revolução foi um choque para toda a Europa, pois, se tal violência e influência puderam derrubar o velho regime, o que houve para substituí-lo? Como a sociedade poderia ser reconstruída a fim de evitar tais eventos cataclísmicos? É nesse ponto, nas décadas finais do século XVIII e início do XIX, que a sociologia como uma disciplina autoconsciente foi planejada.
Resumindo:
1- A sociologia é o estudo dos fenômenos sociais, da interação e da organização social.
2- A sociologia é importante para cada dia de nossas vidas, pois fornece instrumentos para entender as forças externas que regulam nossos pensamentos, percepção e ações.
3- A sociologia surgiu sob as condições de mudança associadas com: a) o declínio do feudalismo e o aparecimento do comércio, da indústria e da urbanização; b) o movimento intelectual conhecido como iluminismo, no qual a ciência e o pensamento laico sobre o mundo físico, biológico e social poderiam prosperar; e c) o choque traumático e a mudança social brusca decorrentes da Revolução Francesa.
4- O nome sociologia foi proposto pelo pensador francês, Auguste Comte, que acreditava que a ciência da sociedade poderia competir com as ciências naturais. Comte também sentia que o descobrimento das leis da organização social humana poderia ser usado para reconstruir a sociedade de uma forma mais humana.
5- Herbert Spencer na Inglaterra similarmente argumentava que as leis da organização humana poderiam ser desenvolvidas. Essas leis iriam concentrar-se no crescimento e na complexidade da sociedade, visto que essas causas criavam pressões para: a) o aumento de interdependência e troca entre as pessoas e organização de uma sociedade; e b) o aumento do uso do poder para regular, controlar e coordenar as atividades desses membros e unidades organizacionais. Spencer fundou uma teoria sociológica conhecida como funcionalismo, em que a função de uma estrutura social na manutenção era enfatizada.
6- Émile Durkheim adotou as idéias de Spencer, mas deu continuidade à tradição francesa de enfatizar a importância das idéias culturais para integração da sociedade. Como Spencer, ele era funcionalista e acreditava que as leis da organização humana poderiam ser descobertas, mas acrescentou à teoria de Spencer a importância de se descobrir as causas e funções dos símbolos que buscam integrar a sociedade.
7- Karl Marx, um alemão que foi expulso de sua terra natal e que acabou se estabelecendo na Inglaterra, enfatizou a natureza contraditória da sociedade, inspirando uma teoria conhecida como teoria do conflito ou sociologia do conflito. Na opinião de Marx, as desigualdades na distribuição de meios de produção se organizam para entrar em conflito com aquelas que controlam a produção, que detêm o poder, e que manipulam os símbolos culturais para legitimar privilégios. Ao contrário de Comte, Spencer e Durkheim, Marx não acreditava no desenvolvimento de leis gerais para organização humana.
8- Max Weber, outro importante fundador alemão da sociologia, engajou-se num diálogo vitalício mas silencioso com Marx, enfatizando que a desigualdade é multidimensional e não exclusivamente baseada na economia, que o conflito é contingente em condições históricas e não é o resultado inevitável e inexorável da desigualdade, e que a mudança poderia causar pelas “idéias” assim como a base material e econômica de uma sociedade. Ele Também realçou que a sociologia deve olhar tanto para a estrutura da sociedade como um todo para os significados que os indivíduos conferem para essas estruturas. Como Marx, ele duvidava de que houvesse leis gerais da organização humana, mas, ao contrário de Marx, ele sentia que é necessário que sejam isentas de juízos de valor, ou objetivas, na descrição e análise dos fenômenos sociais.
9- A sociologia norte-americana antiga adotava as idéias européias para problemas específicos associados com a urbanização e a industrialização, mas de fato iniciou duas importantes tendências: a) o uso ampliado das técnicas estatísticas, quantitativas; e b) a proposta teórica conhecida como Interacionismo, em que a ênfase é dada aos processos que sustentam e transformam a sociedade, através de interações face a face.
10- A sociologia é agora uma área ampla e diversa que analisa todas as facetas da cultura, da estrutura social, do comportamento e interação e da mudança social.
O Surgimento da Sociologia
Chegamos ao século XXI, estamos vivendo um momento da História que os especialistas estão denominado de globalização. Uma das características marcantes da globalização são os sistemas de comunicação que unem e aproximam espaços. A televisão, por exemplo, coloca um fato de um país distante dentro de nossa casa no mesmo tempo que ele está acontecendo, e tudo parece estar ocorrendo ali “na esquina de nossa casa”.
A tecnologia da comunicação imprimiu maior velocidade ao mercado econômico, fazendo com que a mercadoria circulasse e fosse distribuída mais rapidamente. Utilizando a expressão de McLuhan, o mundo se transformou numa aldeia global. Octávio Ianni constata que a globalização não é um fato acabado, mas um fenômeno em marcha, que destrói possibilidades e, ao mesmo tempo, cria outras. É um movimento que atinge todas as esferas da vida social, individual e coletiva.
Em cada lugar ou cidade, a globalização toma uma diferente fisionomia, ou seja, uma coisa é a interface da globalização com a cidade de São Paulo, outra coisa é a mesma interface com Salvador, na Bahia. Na expressão de Manuel Castells, a sociedade hoje é a sociedade da informação, uma sociedade em rede, que conecta e desconecta em qualquer momento e lugar. Uma sociedade em rede ultrapassa as relações sociais e técnicas de produção, atinge a cultura e as relações de poder.
Rifkin caracteriza o movimento da globalização como uma era de mercados globais, de produção automatizada, o processo produtivo à vista quase sem a presença do trabalhador da forma pela qual estamos acostumados, as multinacionais buscando abrir as fronteiras e transformando a vida de bilhões de pessoas para conquistar os mercados globais. Ele constata que a dinâmica da globalização poderá conduzir a humanidade a um porto seguro ou a um terrível abismo. Se de um lado o fim do trabalho é a sentença de morte da civilização, poderá sinalizar também algumas mudanças que provocarão um ressurgimento do espírito humano. Enfim, “o futuro está em nossas mãos”.
Através dos tempos, o homem pensou sobre si mesmo e sobre o universo. Contudo. Foi apenas no século XVIII que uma confluência de eventos na Europa levou à emergência da sociologia. Quando os antigos sistemas feudais começaram a abrir caminho ao trabalho autônomo que promovia a indústria nas áreas urbanas e quando novas formas de governo começaram a desafiar o poder das monarquias, as instituições da sociedade – emprego e receita, planos e benefícios, comunidade, família e religião – foram alteradas para sempre. Como era de se esperar, as pessoas ficaram inquietas com a nova ordem quer surgia, e começaram a pensar mais sistematicamente sobre o que mudanças significavam para o futuro.
O movimento intelectual resultante é denominado de Iluminismo ou Século das Luzes, pois a influência da religião, da tradição e do dogma no pensamento intelectual foi finalmente rompida. A ciência agora poderia surgir plenamente como uma maneira de pensar o mundo; já física e, mais tarde, a biologia foram capazes de superar a perseguição realizada pelas elites religiosas e estabeleceram-se como um caminho para o conhecimento. Junto com o crescimento da influência da ciência, veio uma avalanche de conceitos sobre o universo social. Muitos desses conceitos, de caráter especulativo. Avaliavam a natureza dos homens e as primeiras sociedades infiltradas pela complexidade do mundo moderno. Parte desses conceitos era moralista, mas não no sentido religioso. Com eles, o tipo adequado de sociedade e de relações entre os indivíduos (uns com os outros e na sociedade) foi reavaliado com base na mudanças econômica e política ocorridas com o comércio e, em seguida, com a industrialização. Na Inglaterra, esse novo pensamento foi denominado de Era da Razão; e estudiosos, como Adam Smith, que primeiramente articulou as leis da oferta e procura na área de mercado, também avaliaram os efeitos, na sociedade, do rápido crescimento populacional, da especialização econômica em escala, da comunidade em declínio e dos sentimentos morais debilitados. Na França, um grupo de pensadores conhecido como filósofos das luzes também começou a expor uma visão do mundo social que defendia uma sociedade em que os indivíduos eram livres da autoridades política arbitrária e eram guiados por padrões morais combinados e pelo governo democrático.
Ainda outra influência por trás do surgimento da sociologia – a Revolução Francesa, de 1789 – acelerou o pensamento sistemático sobre o mundo social. A violência da revolução foi um choque para toda a Europa, pois, se tal violência e influência puderam derrubar o velho regime, o que houve para substituí-lo? Como a sociedade poderia ser reconstruída a fim de evitar tais eventos cataclísmicos? É nesse ponto, nas décadas finais do século XVIII e início do XIX, que a sociologia como uma disciplina autoconsciente foi planejada.
Resumindo:
1- A sociologia é o estudo dos fenômenos sociais, da interação e da organização social.
2- A sociologia é importante para cada dia de nossas vidas, pois fornece instrumentos para entender as forças externas que regulam nossos pensamentos, percepção e ações.
3- A sociologia surgiu sob as condições de mudança associadas com: a) o declínio do feudalismo e o aparecimento do comércio, da indústria e da urbanização; b) o movimento intelectual conhecido como iluminismo, no qual a ciência e o pensamento laico sobre o mundo físico, biológico e social poderiam prosperar; e c) o choque traumático e a mudança social brusca decorrentes da Revolução Francesa.
4- O nome sociologia foi proposto pelo pensador francês, Auguste Comte, que acreditava que a ciência da sociedade poderia competir com as ciências naturais. Comte também sentia que o descobrimento das leis da organização social humana poderia ser usado para reconstruir a sociedade de uma forma mais humana.
5- Herbert Spencer na Inglaterra similarmente argumentava que as leis da organização humana poderiam ser desenvolvidas. Essas leis iriam concentrar-se no crescimento e na complexidade da sociedade, visto que essas causas criavam pressões para: a) o aumento de interdependência e troca entre as pessoas e organização de uma sociedade; e b) o aumento do uso do poder para regular, controlar e coordenar as atividades desses membros e unidades organizacionais. Spencer fundou uma teoria sociológica conhecida como funcionalismo, em que a função de uma estrutura social na manutenção era enfatizada.
6- Émile Durkheim adotou as idéias de Spencer, mas deu continuidade à tradição francesa de enfatizar a importância das idéias culturais para integração da sociedade. Como Spencer, ele era funcionalista e acreditava que as leis da organização humana poderiam ser descobertas, mas acrescentou à teoria de Spencer a importância de se descobrir as causas e funções dos símbolos que buscam integrar a sociedade.
7- Karl Marx, um alemão que foi expulso de sua terra natal e que acabou se estabelecendo na Inglaterra, enfatizou a natureza contraditória da sociedade, inspirando uma teoria conhecida como teoria do conflito ou sociologia do conflito. Na opinião de Marx, as desigualdades na distribuição de meios de produção se organizam para entrar em conflito com aquelas que controlam a produção, que detêm o poder, e que manipulam os símbolos culturais para legitimar privilégios. Ao contrário de Comte, Spencer e Durkheim, Marx não acreditava no desenvolvimento de leis gerais para organização humana.
8- Max Weber, outro importante fundador alemão da sociologia, engajou-se num diálogo vitalício mas silencioso com Marx, enfatizando que a desigualdade é multidimensional e não exclusivamente baseada na economia, que o conflito é contingente em condições históricas e não é o resultado inevitável e inexorável da desigualdade, e que a mudança poderia causar pelas “idéias” assim como a base material e econômica de uma sociedade. Ele Também realçou que a sociologia deve olhar tanto para a estrutura da sociedade como um todo para os significados que os indivíduos conferem para essas estruturas. Como Marx, ele duvidava de que houvesse leis gerais da organização humana, mas, ao contrário de Marx, ele sentia que é necessário que sejam isentas de juízos de valor, ou objetivas, na descrição e análise dos fenômenos sociais.
9- A sociologia norte-americana antiga adotava as idéias européias para problemas específicos associados com a urbanização e a industrialização, mas de fato iniciou duas importantes tendências: a) o uso ampliado das técnicas estatísticas, quantitativas; e b) a proposta teórica conhecida como Interacionismo, em que a ênfase é dada aos processos que sustentam e transformam a sociedade, através de interações face a face.
10- A sociologia é agora uma área ampla e diversa que analisa todas as facetas da cultura, da estrutura social, do comportamento e interação e da mudança social.
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