sábado, 28 de fevereiro de 2009

Jogo da mais-valia


(Criado por Paulo Quaresma Neto)

OBJETIVOS: Discutir alguns conceitos presentes na obra de Karl Marx como mais-valia, tecnologia, classes sociais, capitalismo e socialismo.

REQUISITOS: Lousa, giz, o professor (o único a escrever na lousa), de 12 a 40 alunos .

REGRAS:

1) A sala será dividida em quatro grupos: A, B, C e D. A sala representa a sociedade; cada grupo pode representar ou a burguesia, ou a classe trabalhadora, ou nenhuma classe social.

2) Em cada rodada do jogo, cada grupo deverá escolher entre duas letras: X ou Y. A letra X significa tentar explorar alguém (roubar a mais-valia); a letra Y significa trabalhar. Em cada combinação das quatro letras escolhidas na rodada, existe uma pontuação diferente, de acordo com o esquema abaixo:

4X = -1 (todos os grupos escolheram X, e receberão -1 cada)

1X = +3, 3Y = -1 (1 grupo escolheu X, e receberá +3; 3 grupos escolheram Y e receberão -1 cada)

2X = +2, 2Y = -2 (2 grupos escolheram X, e receberão +2 cada; 2 escolheram Y e receberão -2 cada)

3X = +1, 1Y = -3 (3 grupos escolheram X, e receberão +1 cada; 1 escolheu Y e receberá -3)

4Y = +1 (todos os grupos escolheram Y, e receberão +1 cada)

3) Cada “+1” representa um capital excedente, produzido graças à tecnologia. Vence(m) o(s) grupo(s) que acumular(em) “+6” primeiro. Cada “-1” representa um capital consumido(quando nenhum grupo trabalhar na rodada) ou “roubado”(quando se tratar da mais-valia). O jogo termina quando pelo menos um grupo acumular +6 (capital = +6).

4) Cada rodada representa três anos na sociedade. Se o jogo não terminar em até 12 rodadas, não haverá campeão.

5) A cada duas rodadas haverá um intervalo de dois minutos, para os grupos criarem estratégias. Se um grupo estiver com a pontuação negativa durante o intervalo, alguém do grupo “morre”, e será deslocado para o “cemitério”; o professor, então, escolherá uma pessoa de outro grupo (o grupo mais rico) para compor o grupo desfalcado (isso representa decair de classe social). Se existir apenas uma pessoa em um grupo que está com pontuação negativa, ela permanece “viva”.

6) Se um grupo demorar mais de cinco segundos para escolher uma letra durante sua vez, o professor o fará. Se não houver consenso para a escolha da letra, a contagem de cinco segundos será aberta; permanecendo a discórdia, o professor escolherá a letra pelo grupo.

7) Antes de começar o jogo, um representante de cada grupo disputará “par ou ímpar”, dois a dois, para estabelecer a ordem de participação do grupo na rodada. Quem vencer, em cada dupla, disputará novamente entre si; o vencedor escolhe se quer ser o primeiro (A), o segundo (B), o terceiro (C) ou o quarto (D) a participar. O que perdeu é o segundo a escolher. Os que perderam no primeiro “par ou ímpar” também disputam entre si, para decidir quem será o terceiro a escolher.

8) Caso o jogo seja aplicado uma segunda vez para a mesma turma, o professor, na segunda rodada, poderá escolher a letra por um dos grupos, representando o “acaso”.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A diversidade cultural

Olhar Sociológico


Por que é importante entender a especificidade do olhar sociológico para a realidade? Qual é esse olhar?
O treino do olhar é o primeiro passo na construção de um olhar sociológico para a realidade, e este se faz com base no estranhamento do cotidiano. Estamos acostumados a encarar tudo como natural, como se o mundo e as coisas que nos cercam são "naturais" e sempre foram assim. Para desenvolver um olhar sociológico é preciso quebrar tal forma de encarar a realidade.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Brasão de Armas da Família von Frühauf


Para satisfazer a curiosidade dos meus alunos,
estou postando o Brasão de Armas da família
von Frühauf.
http://br.geocities.com/antonzaar/

SOCIOLOGIA: CIÊNCIA DA SOCIEDADE

A sociologia está na mente das pessoas. Todo indivíduo, é “sociólogo” espontâneo, no sentido de possuir muitas explicações sobre o comportamento humano em sociedade. São as “teorias” do senso comum também denominadas conhecimento vulgar. Tais explicações, não são científicas, contudo, interessam aos sociólogos porque são parte da sociedade. Entretanto, não são confiáveis – absolutamente- porque as explicações do senso comum sobre os fatos da sociedade constituem mais freqüentemente puro instrumento de defesa de interesses de alguma categoria social. Por ex.: a posição social da mulher, do negro, do índio, etc.

A questão que nos interessa neste momento do estudo é: A sociologia é uma Ciência? É óbvio que a reflexão sobre os fenômenos sociais não começou com a Sociologia, no século XIX. Há séculos os filósofos já se ocupavam da explicação dos fenômenos sociais. Entretanto, a reflexão filosófica a respeito da sociedade difere da Sociologia tanto nos resultados quanto, principalmente, na maneira de alcançá-los. Ao contrário das explicações filosóficas, as explicações sociológicas não partem simplesmente da especulação de gabinete, baseada na observação casual de alguns fatos. A filosofia social estabelece o que é bom e o que é mau para a sociedade e para o homem, enquanto a Sociologia, não emite juízos de valor.

Mas, o que caracteriza realmente a Sociologia como uma ciência? Em primeiro lugar, a ciência se expressa como um sistema de conceitos, proposições e teorias. Como sistema articulado com suas propostas e definições e não um mero conjunto de idéias desalienadas. Outra característica está nos seus objetivos. A ciência tem como fim principal explicar a realidade com base na observação sistemática dos fatos. A sociologia pode se transformar em instrumento de intervenção social, como, por ex.: através do planejamento social. No método, está a característica mais importante da ciência. Aqui a Sociologia se distingue das formas não científicas de explicação da sociedade pelos meios de alcançar suas generalizações. Em outras palavras, a Sociologia é uma ciência predominantemente indutiva, isto é, parte da observação sistemática de casos particulares para daí chegar à formulação de generalizações sobre a vida social. Já a Filosofia Social é dedutiva.

Outra característica da Sociologia é a neutralidade valorativa. A Ética cumpre definir o justo e o injusto nas ações humanas; o Direito fundamenta-se no que é legítimo do ponto de vista jurídico nas relações humanas; a Lógica estabelece as normas para bem pensar e atingir a verdade. Já a Sociologia não é valorativa e nem normativa. A Sociologia estuda os valores e as normas que existem de fato na sociedade e tenta identificar a classificar as relações entre esses componentes da sociedade. A transitoriedade é outra característica do conhecimento científico. Um sistema filosófico pode se manter inalterado durante séculos, o que não acontecerá com as ciências. A ciência da Sociologia depende das observações dos fatos que são transitórios diante da história da humanidade; também podem mudar os conceitos durante a melhora dos métodos de observação. A ciência não é cristaliza. Ela é, sobretudo, um processo de pesquisa contínua e de ininterrupta reformulação de teorias. Todavia, a Sociologia não estuda todos os fatos da sociedade; estuda aqueles que apresentam alguma regularidade no seu modo de ser, isto é, generalizações padronizadas na vida social. Uma generalização somente pode ser considerada cientificamente quando é universalmente válida. Por ex.: a união de uma nação contra a tentativa de invasão de outra.

Contudo, nem todas as discussões que existem são objeto de estudo dos sociólogos. Isto porque os métodos científicos não permitem responder questões de importância social, tais como: Qual é o sentido da existência dos seres vivos? Qual é o sentido do universo? Assim sendo, se vê, que não existe incompatibilidade entre o saber científico e a Filosofia ou Religião, pelo simples fato de que estas últimas se ocupam de problemas que estão fora do âmbito da ciência.

A sociedade também é estudada pela Antropologia, pela Economia e pela Psicologia. Além das suas aplicações no planejamento social, na pesquisa e na orientação das relações sociais, o conhecimento sociológico também funciona como uma disciplina humanística, ou seja, não é apenas um conhecimento transformado em técnicas e teorias, mas também um meio de possível aperfeiçoamento do espírito, na medida em que pode ajudar as pessoas a compreenderem melhor o seu comportamento social, dos outros e dos grupos. Assim sendo, é uma forma significativa de consciência coletiva.

É bem verdade que a Sociologia nasceu como tentativa de buscar soluções racionais, científicas, de acordo com a pretensão de Auguste Comte (França / 1798-1857), para os problemas sociais resultantes da Revolução Industrial e de decomposição da ordem social aristocrática na França do início do século XIX. Entretanto, há uma diferença entre problemas sociais e problemas sociológicos. Os problemas sociais são fatos passíveis de observação sistemática e generalizada, portanto, de explicação científica. Já os problemas sociológicos são fatos de explicação teórica e não universal do que acontece na vida social. Por ex.: carnaval e futebol.

Outra confusão se dá entre a ciência da Sociologia e Doutrina Social. A ciência é uma explicação de algum fenômeno com base na observação direta dos fatos que a confirmam. Quanto às doutrinas, estas não se baseiam na observação dos fatos, mas em idéias sobre como a realidade possa ser, ou principalmente, como a realidade deve ser. Ex.: ter filhos após o casamento.

A vontade de mudança de alguns sociólogos (anos 60) levou alguns a fazer distinção entre “Sociologia radical” e “Sociologia conservadora”. A primeira seria comprometida com os interesses das categorias subalternas da sociedade capitalista, enquanto a segunda é um instrumento de defesa dos interesses da burguesia.

Em outras palavras, a verdadeira Sociologia pode incomodar as categorias cujos interesses sejam afetados pela revelação das relações sociais que estejam na origem dos problemas sociais. Mas para que isso aconteça é necessário que o sociólogo faça ciência e não doutrinação política rotulada de “Sociologia”.


Fonte:http://www.professormauro.fema.com.br/comun/arquivos/sociologia_ciencia_da_sociedade.doc

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A Internacionalização do Mundo

A Internacionalização do Mundo

Quase oito anos do texto
A internacionalização do Mundo - 28/3/08




Em 2000, Cristovam publicou o artigo A internacionalização do Mundo, em o Globo. O texto ganhou a internet e o mundo, sendo traduzido para vários idiomas. Abaixo, o texto na íntegra, seguido de uma entrevista com Cristovam, sobre o assunto, publicada no site Observatório da Imprensa. Quem quiser pode acessar o vídeo: http://br.youtube.com/watch?v=awniNjJ0eC0

A internacionalização do mundo

O Globo-10/10/2000- Cristovam Buarque

Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.

Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.

Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.


****************

A pouco tempo conheci o artigo, que recebi por e-mail da minha amiga Ana Maria. Cristovam Buarque, Ex-governador do Distrito Federal, Ex-ministro da educação e atual senador. Mas o foco desta postagem é mostrar para leitores e aos meus alunos, o que um verdadeiro Cidadão do Mundo deve falar, vale a pena ler e refletir.

Marise


domingo, 22 de fevereiro de 2009

Filme: Idiocracy

Vale a pena assistir esse filme...
Estamos a caminho..., um futuro não muito distante.

(Idiocracy, 2006) A ideia de Idiocracy é que as pessoas inteligentes morrem mais cedo e sem filhos e os idiotas vivem mais e tem mais filhos. O resultado disso é que gradualmente a raça humana está ficando mais idiota.

No filme um cidadão mediano e uma prostituta são enviados para 500 anos no futuro. Lá encontram uma sociedade imbecilizada e marcada pelo consumismo e vulgaridade, com graves problemas com a água e com o lixo.

Nessa distopia o presidente dos Estados Unidos é Dwayne Elizondo Mountain Dew Herbert Camacho, ator pornô e campeão de luta livre. Todo o suprimento de água foi substituído por Brawndo, uma bebida energética rica em eletrólitos, inclusive na agricultura. Sexo é usado pela publicidade para vender qualquer produto.

Idiocracy Landscape
Panorama de um planeta com problemas com lixo e com graves carências de engenharia.

O ponto forte do filme são os cenários e marcas do futuro, a maioria variações de marcas já existentes. Há marcas e propagandas em todos os lugares, inclusive dentro do senado.

Cena do filme Idiocracy - Jornal do futuro
No futuro os jornais se fundem com revistas pornográficas.

O entretenimento do futuro é assustador e realmente parece ser uma continuação dos dias de hoje. O programa de televisão favorito do público se chama “Oh! My Balls!” onde o protagonista é acertado no saco repetidas vezes. O filme campeão de bilheteria se chama “Ass” que é simplesmente 90 minutos de uma bunda flatulenta. Críticas ao detestável e popular humor-de-banheiro.

Cena do filme Idiocracy - A televisão do futuro
Na televisão do futuro você fica sentado numa poltrona-privada sem precisar se levantar para absolutamente nada.

Outra coisa muito engraçada são as máquinas e interfaces do futuro, elas são totalmente anti-burro e pró-burro, só é possível usar as configurações padrão e nada mais.

Cena do filme Idiocracy - Máquina de atendimento hospitalar
Máquina para atendimento hospitalar

O problema do filme é que apesar de várias ideias boas e engraçadas, o roteiro é fraquinho. É impossível resistir a tentação de comparar este com o outro filme do mesmo diretor, Mike Judge, o cultuado clássico Office Space (que todos devem assistir).

Cena do filme Idiocracy - Presidente Camacho
Presidente Camaro passeando no veículo oficial do presidente.

Por problemas de orçamento o filme é pouco conhecido e foi mal distribuído. Para mim ele é um clássico da comédia e um filme obrigatório para quem gosta do gênero.

http://eupodiatamatando.com/tag/ja-vi-esse-filme/

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ponto de Vista (Vantage Point)


Sinopse: Em Ponto de Vista da Columbia Pictures, Thomas Barnes (Dennis Quaid) e KentTaylor (Matthew Fox), são dois agentes do Serviço Secreto designados para proteger o Presidente Ashton (William Hurt) em uma conferência primordial sobre a guerra mundial contra o terror. Quando o Presidente Ashton é baleado logo após sua chegada, o caos se instala e vidas completamente diferentes colidem. Na multidão está Howard Lewis (Forest Whitaker) um turista americano que está filmando o evento para mostrar para seus filhos quando voltar para casa. Lá também está Rex (Sigourney Weaver) uma produtora de notícias da TV americana que está transmitindo a conferência. É somente quando começamos ver a perspectiva de cada pessoa sobre os mesmos 15 minutos antes e imediatamente depois do tiro que a verdade aterrorizante por trás dessa tentativa de assassinato é revelada.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=mGN9b5JUcpU

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tempos Modernos - Charlie Chaplin


Filme: "Tempos Modernos" (1936) - Chaplin

Carlitos, lúmpen-proletário, símbolo de nascente grupo forjado pela revolução burguesa, da qual deriva a modernidade, e que é produto desse tempo;

Crítica à tecnificação e controle do homem, promovida pelos "tempos modernos";

Herói vê ao longo do filme suas tentativas de integração malograrem e, ao fim, projeta uma utopia (que poderia ser lida de diferentes maneiras).


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=8-UiCnxARJY

“Não sois máquina, homem é que sois” (C.Chaplin)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A sociedade está no olhar do observador


Por Phil Bartle

Traduzido por Inês Rato


A perspectiva sociológica é primeiramente uma perspectiva.

É um "modo de olhar para as coisas", que podemos ver de modo diferente no dia-a-dia ou numa vida não sociológica.

A perspectiva sociológica depende do ponto de vista do sociólogo, do estudante de sociologia, ou de quem quer que esteja a ver (observar) a sociedade.

Maggie Thatcher tinha uma perspectiva muito atomista, exatamente o oposto de uma perspectiva sociológica, quando disse, "A sociedade não existe, apenas os indivíduos existem" .

De modo a ver e compreender a sociedade, o observador deve saber aquilo que procura.

Para além desta perspectiva sociológica, que contrasta com uma perspectiva atomista, em sociologia existem três tipos muito diferentes de perspectivas clássicas, a perspectiva de conflito, a perspectiva funcionalista e a perspectiva simbólica interaccionista.


Fonte: http://www.scn.org/mpfc/modules/per-bep.htm


sábado, 14 de fevereiro de 2009

Stop the bullets - Kill the gun.




Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=EfPV1e6V2gE&eurl=http://elusion-pedion.blogspot.com/&feature=player_embedded

Pensamento Sociológico

A influência da sociedade sobre o indivíduo é principalmente direta, formativa, apoiadora – na verdade indispensável. A criança que se torna homem fora do grupo social torna-se num animal, sem linguagem, conhecimentos, capacidade de raciocinar, ou mesmo de amar e odiar, como os outros homens. À medida que cresce, a criança interioriza os padrões de conduta e atitudes avaliadoras do círculo imediato de alunos, a que os sociólogos chamam de grupo primário. Quando rapaz, torna-se homem imitando os homens e, ao fazê-lo, modela-se irreversivelmente a essa imagem. O modo como fala e leva o corpo, reage ao prazer ou à dor, a maneira como se conduz com mulheres, velhos e crianças, bem como a economia psíquica interna das suas esperanças, temores e desejos mais profundos, tudo isso tem origem principalmente imitativa. Durante toda a vida o indivíduo procura a aprovação dos “outros significativos”, mostrando-se desejoso de aceitar até mesmo a morte, a violar os tabus aprendidos. Os padrões e julgamentos da sociedade ecoam dentro de si sob a forma de culpa e vergonha.


Robert Wolff

A sociologia pode ser considerada uma ciência?

Celina Fernandes Gonçalves Bruniera*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Divulgação/Editora Martins Fontes

Auguste Comte, o fundador do positivismo

Nos últimos anos, inúmeras têm sido as críticas à elaboração do conhecimento próprio das ciências humanas dentro da própria universidade. Também a imprensa - que veicula informações transmitidas pelas pesquisas de avaliação da produção acadêmica -, aponta o tempo demasiadamente longo que se leva para produzir resultados nos trabalhos realizados no campo das humanidades.

Todas essas críticas, que tomam como base os critérios de produção do conhecimento das ciências naturais, têm contribuído para que permaneça a questão sobre se as ciências sociais pertencem de fato ao ramo científico.

Parâmetros diferentes
O saber produzido pelas ciências humanas não corresponde a um saber científico, pois não atende aos requisitos delineados por uma específica visão de ciência, difundida a partir do século 19, feita sobre as características do conhecimento produzido pelas ciências naturais.

Todo o conhecimento que não atenda ao rigor do cálculo, à previsibilidade, à demonstração, aos métodos e técnicas de pesquisa baseados em processos quantitativos e de observação não são considerados científicos.

A definição de Comte
Subjaz a essa concepção, a idéia de ciência social que Augusto Comte defendia no século 19, de que a ciência da sociedade "apresente resultados indubitáveis e exprima verdades tão incontestáveis como as da matemática e da astronomia. É preciso também que a natureza dessas verdades seja de um certo tipo, (....) que partindo de leis mais gerais, das leis fundamentais da evolução humana, descubra um determinismo global."

Para Comte, "só há sociedade à medida que seus membros têm as mesmas crenças". Em Comte há, portanto, um determinismo global que deve ser buscado pela Sociologia, um determinismo que tem raízes na leis da evolução humana.

Vale ressaltar que a elaboração do conhecimento nas ciências humanas tem sua forma própria de constituir esse saber científico, baseada nas características dos seus objetos de estudo. É, portanto, um método muito diferente daquele praticado pelas ciências naturais.

Utilidade imediata
A discussão mais recente no mundo universitário diz respeito a uma produção acadêmica que atenda às demandas do mercado. A idéia é que a produção científica tenha utilidade imediata e que seja determinada externamente.

Com isso, questiona-se para que servem as ciências humanas, em especial as sociais, nesse contexto. Quando indagamos sobre a utilizade de um campo do conhecimento, já se incorporou a noção de que todo saber deve ter uma utilidade prática e de aplicação imediata.

Democratização das competências
Além da difusão de uma determinada concepção de ciência mediada pela lógica do mercado, conta o fato de que vivemos um tempo da banalização do conhecimento científico na área das humanidades, principalmente das ciências sociais. Todos sabem opinar sobre os objetos de estudo das diferentes áreas que compõem as ciências sociais.

Essa vulgarização foi alimentada pela "democratização das competências". Trata-se de uma discussão de que todos têm competência para discutir sobre política e sobre problemas sociais, pois esses temas fazem parte da realidade em que todos vivem.

Tais opiniões acerca dos problemas sociais e políticos trazem à tona um conhecimento superficial dessa realidade, em geral veiculado pela imprensa sem qualquer cuidado e reproduzido pelo imaginário social.

O que faz o cientista social
Todos podem falar dos problemas sociais que vivenciam. E devem fazê-lo, porque o aprofundamento dessas questões cresce com a discussão. Isso é necessário, mas não suficiente.

É preciso ter conhecimento teórico para formular análises das relações sociais, para analisar os discursos acerca da realidade social, compreendê-los e interpretá-los à luz de todo conhecimento já produzido a esse respeito. É exatamente isso que faz o cientista social.

*Celina Fernandes Gonçalves Bruniera é mestre em sociologia da educação pela Universidade de São Paulo e assessora educacional.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u6.jhtm

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!

TESE DE MESTRADO NA USP por um PSICÓLOGO


'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'

'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.
Plínio Delphino, Diário de São Paulo.
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:
'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei
em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou? Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão. E quando você volta para casa, para seu mundo real? Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.


*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!


Fonte: Recebi essa mensagem por e-mail da minha amiga Ana Maria Campos.

** Material apropiado e interessante para discutir e debater nas aulas de Sociologia e Filosofia.

Blog Widget by LinkWithin