A virtude pública pode, com certeza ser ensinada. Porém há pressupostos que devem ser obtidos antes que o ensino de tais virtudes, através de disciplinas como sociologia, filosofia ou ciência política possa fazer efeito. Tais pré-requisitos seriam o domínio da linguagem para que fosse possível entender aquilo que está sendo dito (sem o que nada , nem mesmo cidadania , pode ser ensinado). Seria mister ainda um mínimo nível de conhecimentos gerais sem o que tampouco sabe-se o que está sendo ensinado nem também para que está sendo ensinado.
Imagine-se pegar uma criança de tenra idade (4 , 5 ou 6 anos de idade) e tentar ensinar a esta criança as leis de Newton , na física ou o teorema de Pitágoras , na matemática. Certamente seria chamado de louco quem tentasse algo assim.
Assim, numa sociedade como a brasileira, em que existem (e são a maioria) estudantes que chegam ao ensino intermediário sem terem lido um único livro, sem o mínimo domínio da linguagem, que pensam que no Brasil se fala “brasileiro”, que não sabem onde fica a Europa num mapa, que escrevem coisas como “incino”(ensino) e “corrupitos”(corruptos) e “mia edeia”(minha idéia) - (são todos exemplos reais e retirados de estudantes para os quais leciono) - parece-me que o esforço para transmitir a virtude cívica torna-se fátuo e desanimador.
Tal esforço torna-se algo como o “sermão de Santo Antônio aos peixes” embora o santo, no final, tenha atingido seus objetivos. Gostaria de acentuar que os exemplos que mencionei são de alunos do ensino médio da rede pública estadual (São Paulo). Como ensinar o que quer que seja a um grupo de semi–analfabetos? O desapreço pela cultura é o responsável pelo estado de coisas que exemplifico acima, pois pode se argumentar que estes estudantes não têm dinheiro para adquirir livros, revistas, etc. Não penso que seja este o caso, pelo menos não para a maioria, uma vez que possuem recursos suficientes para comprar “i-pods”, tênis caros, telefones celulares com câmaras, etc. A maioria também tem acesso à internet , porém tal acesso é desperdiçado em coisas como Orkut , MSN, twitter, etc.
Tivesse eu uma ferramenta como a internet em minha época de estudante secundária!
Assim, parece-me que a justificativa econômica não é acertada. Trata-se, enfim, do que eu gosto de chamar de desapreço à cultura. Trata-se de um questionamento do tipo “aprender para que?” . Trata-se de uma preguiça mental nunca antes vista na história humana o que é paradoxal uma vez que os meios de aprendizado são mais fáceis e abundantes do que nunca.
Marise von Frühauf Hublard - 12/04/2008.
oi querida... muito bom esse teu blog, vou acompanha-la ok? So mesmo para citar algo a mais, temos que observar que a educação de um povo também é imprescindivel para o desenvolvimento de instituições democráticas sólidas, pois somente aqueles que possuem o mínimos de conhecimento, escaparão da armadilha de se tornarem massa de manobra, em síntese a educação de um povo é extremamente importante para a legitimação democrática de um país.
ResponderExcluirBem, falei demais... rsrs... ate a proxima...
so uma coisa... du bist deutsche? rsrs