quarta-feira, 20 de maio de 2009

Eu sou o Zé - O Cidadão

Eu sou o Zé. Zé qualquer coisa. Meu trabalho é uma mercadoria que eu vendo. Não tenho nada a ver com meu pensar. Nele eu me despersonalizo.


Meu colega é meu rival que, potencialmente, se multiplica por todos aqueles que podem me substituir.


Estou só na luta pela vida.


Dizem que os homens são iguais.Dizem também que é o esforço, a dedicação e a tenacidade que fazem de uns mais bem-sucedidos que outros.


E eu luto para demonstrar que sou bom naquilo que faço. Luto por uma vida mais digna, que não alcanço nunca. Se só o trabalho pudesse melhorar a vida de alguém, meus filhos teriam calçados, roupas, remédios, médico, dentista, escola e boa alimentação. E nós teríamos uma casa limpa e sólida para viver.


Eu sou o Zé. O Zé que constrói pontes, edifícios, barragens, clubes, que limpa ruas, arruma jardins, aquele que trabalha na fábrica de automóveis, de eletrodomésticos, de tecidos. Mas que não tem acesso a nada que faz...


Eu sou o Zé que torna possível a vida de muitos, mas com quem ninguém se importa. E que, qualquer dia desses, vai morrer na porta de um hospital público e ser jogado numa vala comum.



(Texto de Maria Luiza Silveira Teles- Filosofia para jovens,p. 71.Ed. Vozes.)


Atividades:


A - Leitura do texto


B - Após a leitura, interpretar as questões a seguir:


1- Qual o assunto central do texto?


2- Quem você acredita que seja o Zé?


3- De que forma o Zé torna possível a vida de muitos?


4- O Zé sabendo fazer tantas coisas, por que não alcança uma vida digna?


5- Vamos imaginar a nossa cidade sem aquelas pessoas que limpam as ruas, o que

aconteceria?


6- Como eu, cidadão desta comunidade posso auxiliar o Zé que é limpador das ruas?


7- Na nossa escola todos pertencem a famílias que têm condições de pagar mensalidades para seus filhos. Como que o Zé,

exercendo um trabalho muitas vezes de 12 (doze) horas diárias, não consegue mandar seus filhos para aulas de inglês, ballet, computação, etc?


8 -Vamos prestar atenção ao que pensa o Zé:


"Dizem que os homens são iguais.Dizem também que é o esforço, a dedicação e a tenacidade que fazem de uns mais bem-sucedidos que outros. E eu luto para demonstrar que sou bom naquilo que faço. Luto por uma vida mais digna, que não alcanço nunca."


Por alguns minutos, vamos nos colocar no lugar do Zé- que sentimentos ele deve ter quando chega em casa e um filho pede um brinquedo, ou uma guloseima, ou um caderno diferente e ele não têm dinheiro para comprar?


9 - O que vocês sentiram ao imaginarem-se no lugar do Zé?


10 - Eu sou o Zé. O Zé que constrói pontes, edifícios, barragens, clubes, que limpa ruas, arruma jardins, aquele que trabalha na fábrica de automóveis, de eletrodomésticos, de tecidos. Mas que não tem acesso a nada que faz...


Escreva com suas palavras como podemos, enquanto cidadãos, contribuir para que haja uma transformação na vida de muitos "Zés" que convivem conosco, que são suporte para o nosso bem-estar e que no entanto estão à margem da nossa sociedade.




Um comentário:

  1. No texto acima é citada uma música , no qual um homem chamado "Zé", canta a letra de uma música que tem várias maneiras de ser interpretada, ele diz ser um cidadão como qualquer outro,que os homens são iguais, que ele constrói pontes, música interpretada como uma terceira pessoa.

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