A expressão “ditadura do proletariado” foi utilizada pela primeira vez por Marx em 1870 quando este precisou definir a fase intermediária entre a destruição completa do Estado burguês e o surgimento de uma sociedade sem classes. Abolir a burocracia, a polícia e o exército permanente, mesmo que para isso fosse necessário o uso da violência armada, fazia parte do plano de eliminar a máquina opressora do Estado, uma vez que este último era visto como um instrumento de opressão de uma classe por parte da outra. Então, tinha-se de um lado o burguês no poder e do outro lado o proletariado como classe oprimida. A revolução prometia a inversão dos papéis e o que mais mesmo?
Portanto, ditadura, na sua concepção original marxista, nunca foi um regime político, mas, sim, um símbolo claro e evidente de uma fase em que o uso da força é que dá tom e o resto dança conforme a música. Ditadura é luta.
Depois desse período, o mundo já deu muitas voltas, a ditadura voltou a ter novos momentos no auge, por exemplo, com os militares no Brasil, que também passaram. O império americano impôs a sua, disfarçada de liberalismo democrático, foi um longo período de dominação econômica, mas acabaram explodindo como bolhas de sabão. Os xeiques do petróleo tentaram anuviar o mundo, mas também falharam e se perderam na fumaça negra das refinarias fora de uma vertente sustentável. A moda dita a magreza dura. Também vai passar. São todos períodos de luta, algumas armadas, outras ideológicas, mas lutas.
Hoje, o magro oprime pacificamente o gordo, o virtual oprime o real, e o mundo gira numa velocidade espantosa para “alimentar” o desenvolvimento econômico. As favelas invadem as cidades e o campo se automatiza. A soja é transgênica e as frutas dobraram seu tamanho. Até o vinho já é orgânico e o crack virou tóxico. Nos estádios, não se pode beber e no reservado não se pode fumar. Tudo vai para o ar, livre.
O bandido tem mais direitos do que o cidadão. E os cargos políticos viraram proteção. O Executivo legisla e o Legislativo fisga o seu quinhão. A dita linha dura vira a casaca pelo avesso e o verde há tempo deixou de ser oliva. Tempos modernos estes, apesar de alguns manifestos comunistas.
*FilósofoPortanto, ditadura, na sua concepção original marxista, nunca foi um regime político, mas, sim, um símbolo claro e evidente de uma fase em que o uso da força é que dá tom e o resto dança conforme a música. Ditadura é luta.
Depois desse período, o mundo já deu muitas voltas, a ditadura voltou a ter novos momentos no auge, por exemplo, com os militares no Brasil, que também passaram. O império americano impôs a sua, disfarçada de liberalismo democrático, foi um longo período de dominação econômica, mas acabaram explodindo como bolhas de sabão. Os xeiques do petróleo tentaram anuviar o mundo, mas também falharam e se perderam na fumaça negra das refinarias fora de uma vertente sustentável. A moda dita a magreza dura. Também vai passar. São todos períodos de luta, algumas armadas, outras ideológicas, mas lutas.
Hoje, o magro oprime pacificamente o gordo, o virtual oprime o real, e o mundo gira numa velocidade espantosa para “alimentar” o desenvolvimento econômico. As favelas invadem as cidades e o campo se automatiza. A soja é transgênica e as frutas dobraram seu tamanho. Até o vinho já é orgânico e o crack virou tóxico. Nos estádios, não se pode beber e no reservado não se pode fumar. Tudo vai para o ar, livre.
O bandido tem mais direitos do que o cidadão. E os cargos políticos viraram proteção. O Executivo legisla e o Legislativo fisga o seu quinhão. A dita linha dura vira a casaca pelo avesso e o verde há tempo deixou de ser oliva. Tempos modernos estes, apesar de alguns manifestos comunistas.
Fonte: Jornal Zero Hora - 12 de outubro de 2009 - N° 16122
Imagem: Aqui
Oi Marise,
ResponderExcluirMuito obrigada por ter ido visitar o meu blog e ter deixado sua marca... fiquei feliz de verdade..aproveitei e dei uma olhada aqui no seu e...menina...que blog bacana...já vou linkar, afinal, quando algo nos faz bem na leitura, temos que adicionar nao é mesmo?
Mais uma vez obrigada e seja sempre muito bem vinda ao meu cantinho
Bjs
Marcia
Se Marx morreu em 1883 e a dita expressão surge na Crítica do Programa de Gotha circa 1870, essa data deve ser delirante.
ResponderExcluirWegie,
ResponderExcluirAgradeço a correção.
Vou retificar no post.
Abraços,
Marise.
Márcia,
ResponderExcluirAgradeço a visita e também adorei o seu blog.
Também linkei o seu blog no meu blog, o Filosofar é preciso.
Abraços,
Marise.
Texto irônico, bem escrito. Parabéns pela escolha.
ResponderExcluirCarlos Lunetta
POA - RS
carlos.lunetta@yahoo.com.br
Não foi delírio Sr. Fake (anonimo é brabo!) foi apenas erro de transcrição.
ResponderExcluirMarise agradeço a correção, valeu um abraço