Aos 69 anos, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos será uma das grandes estrelas do FSM de Porto Alegre. Com o histórico de quem participou da primeira edição, em 2001, o professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra defende mudanças no formato do evento. Para ele, o FSM precisa assumir posições. A seguir, trechos da entrevista:
Zero Hora – Que balanço o senhor faz dos 10 anos?
Boaventura de Sousa Santos – O Fórum teve muito mais impacto na cena mundial do que se pode imaginar. O Fórum foi muito forte na América Latina e evoluiu na capacidade de chegar a outros continentes. Realizamos o evento na Índia e na África e descobrimos problemas que eram desconhecidos. Vimos que os africanos, ao contrário do que se pensava, tinham capacidade de organizar um evento tão amplo e grande.
ZH – Qual o futuro do Fórum?
Boaventura – O Fórum é hoje uma presença incontornável na medida em que mostrou que os partidos não tinham o monopólio da representação política dos cidadãos. O Fórum teve a capacidade de mostrar as organizações sociais como formas legítimas de representação política e, portanto, como uma forma de enriquecer a democracia. O Fórum sempre defendeu a luta política, mas uma luta pacífica. Por isso, não entraram grupos adeptos da luta armada.
ZH – O que o Fórum não conseguiu fazer ao longo da década?
Boaventura – Não fizemos algo que segue em discussão e que vai ser discutido em Porto Alegre. Para alguns, entre eles eu, seria muito importante que, em certas áreas de grande consenso dentro dos movimentos, o Fórum pudesse apresentar soluções, diagnósticos fundamentados e propostas de mudança.
ZH – Oded Grajew diz que o Fórum se tornaria ONG ou partido caso tivesse pauta de reivindicações. O senhor concorda?
Boaventura – Compreendo Oded e tenho discutido muito isso com ele. Penso que a identidade do Fórum não será prejudicada se algumas organizações se juntarem, seja por exemplo a Via Campesina, que tem uma presença mundial muito forte, e organizarem algumas ações em nível continental.
ZH – Como isso funcionaria?
Boaventura – O Fórum não tem de ter uma posição só. Gostaria que houvesse várias posições bem fundamentadas. O Fórum pode ser plural. Precisamos mostrar que temos posição própria.
ZH – Que temas estariam nessa pauta?
Boaventura – Temos de ir caminhando com o tempo. Não sou eu nem é ninguém individualmente que pode definir isso.
Zero Hora – Que balanço o senhor faz dos 10 anos?
Boaventura de Sousa Santos – O Fórum teve muito mais impacto na cena mundial do que se pode imaginar. O Fórum foi muito forte na América Latina e evoluiu na capacidade de chegar a outros continentes. Realizamos o evento na Índia e na África e descobrimos problemas que eram desconhecidos. Vimos que os africanos, ao contrário do que se pensava, tinham capacidade de organizar um evento tão amplo e grande.
ZH – Qual o futuro do Fórum?
Boaventura – O Fórum é hoje uma presença incontornável na medida em que mostrou que os partidos não tinham o monopólio da representação política dos cidadãos. O Fórum teve a capacidade de mostrar as organizações sociais como formas legítimas de representação política e, portanto, como uma forma de enriquecer a democracia. O Fórum sempre defendeu a luta política, mas uma luta pacífica. Por isso, não entraram grupos adeptos da luta armada.
ZH – O que o Fórum não conseguiu fazer ao longo da década?
Boaventura – Não fizemos algo que segue em discussão e que vai ser discutido em Porto Alegre. Para alguns, entre eles eu, seria muito importante que, em certas áreas de grande consenso dentro dos movimentos, o Fórum pudesse apresentar soluções, diagnósticos fundamentados e propostas de mudança.
ZH – Oded Grajew diz que o Fórum se tornaria ONG ou partido caso tivesse pauta de reivindicações. O senhor concorda?
Boaventura – Compreendo Oded e tenho discutido muito isso com ele. Penso que a identidade do Fórum não será prejudicada se algumas organizações se juntarem, seja por exemplo a Via Campesina, que tem uma presença mundial muito forte, e organizarem algumas ações em nível continental.
ZH – Como isso funcionaria?
Boaventura – O Fórum não tem de ter uma posição só. Gostaria que houvesse várias posições bem fundamentadas. O Fórum pode ser plural. Precisamos mostrar que temos posição própria.
ZH – Que temas estariam nessa pauta?
Boaventura – Temos de ir caminhando com o tempo. Não sou eu nem é ninguém individualmente que pode definir isso.
Fonte: Jornal Zero Hora
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