Todas as culturas apresentam os seus mitos e símbolos. Independentemente do objetivo que se dê a esses mitos, o sujeito coletivo busca se construir na constante reificação de sua história. Esse é o caso da Revolução Farroupilha, que esperamos mais uma vez comemorar.
Tal revolução, contada e recontada a partir de variados interesses, encarna uma idealização, uma imagem de nossa tradição que necessariamente não reflete toda a verdadeira faceta daquele longo conflito de 10 anos. Entre caudilhos e imperiais, entre uma política econômica do charque e pretensões confusas de ideias republicanas, construímos uma trajetória histórica de independência, orgulho e tradições originalmente únicas. Mas o 20 de Setembro é muito maior do que o culto a Bento, Garibaldi, Anita, Canabarro etc. Essa data é do anônimo guerreiro conhecido por peão. Qualquer peão que, acompanhando o estancieiro, lutou essa guerra sem nem mesmo ter condições de compreendê-la.
É o peão, sem nome específico e sem sobrenome destacado, que figura cavalgando pelo campo do Rio Grande, lutando numa guerra que não é sua, mas que se fez sua na medida em que a relação entre ele e o caudilho era pessoal, marcada pela honra, pela fidelidade e no compromisso da hierarquia e da disciplina. É na aurora dessa revolução que reluzem os peões de todos os cantos de nosso Estado, carregando não o sonho de uma liberdade que nem mesmo é abolicionista, mas que é libertária quanto à ideia do gaúcho, do pampa, do centauro que se confunde com a lenda, do guerreiro que a cavalo é senhor de sua própria estrada.
O 20 de Setembro é mais do que o cerimonial oficial, maior do que os personagens principais desse ato que confrontou o império e o imperador, mais significativo do que uma ideia geral de República que muitos à época não podiam efetivamente compreender. Nessa data, maragatos e pica-paus, castilhistas e borgistas, esquerda e direita, se unem para retocar o fato, a revolução, geralmente esquecendo-se do herói humilde, mas que rebrilha nas cores de nossa bandeira: o peão, verdadeiro senhor dessa história esquecida que começou e terminou da mesma maneira para ele: na honra de seguir o caudilho, na guerra e na paz.
Eis mais um 20 de Setembro. Que do silêncio do campo surja esse cavaleiro, “Cambará” na guerra, “Terra” na paz, vento no tempo da história dessa Revolução Farroupilha!
Tal revolução, contada e recontada a partir de variados interesses, encarna uma idealização, uma imagem de nossa tradição que necessariamente não reflete toda a verdadeira faceta daquele longo conflito de 10 anos. Entre caudilhos e imperiais, entre uma política econômica do charque e pretensões confusas de ideias republicanas, construímos uma trajetória histórica de independência, orgulho e tradições originalmente únicas. Mas o 20 de Setembro é muito maior do que o culto a Bento, Garibaldi, Anita, Canabarro etc. Essa data é do anônimo guerreiro conhecido por peão. Qualquer peão que, acompanhando o estancieiro, lutou essa guerra sem nem mesmo ter condições de compreendê-la.
É o peão, sem nome específico e sem sobrenome destacado, que figura cavalgando pelo campo do Rio Grande, lutando numa guerra que não é sua, mas que se fez sua na medida em que a relação entre ele e o caudilho era pessoal, marcada pela honra, pela fidelidade e no compromisso da hierarquia e da disciplina. É na aurora dessa revolução que reluzem os peões de todos os cantos de nosso Estado, carregando não o sonho de uma liberdade que nem mesmo é abolicionista, mas que é libertária quanto à ideia do gaúcho, do pampa, do centauro que se confunde com a lenda, do guerreiro que a cavalo é senhor de sua própria estrada.
O 20 de Setembro é mais do que o cerimonial oficial, maior do que os personagens principais desse ato que confrontou o império e o imperador, mais significativo do que uma ideia geral de República que muitos à época não podiam efetivamente compreender. Nessa data, maragatos e pica-paus, castilhistas e borgistas, esquerda e direita, se unem para retocar o fato, a revolução, geralmente esquecendo-se do herói humilde, mas que rebrilha nas cores de nossa bandeira: o peão, verdadeiro senhor dessa história esquecida que começou e terminou da mesma maneira para ele: na honra de seguir o caudilho, na guerra e na paz.
Eis mais um 20 de Setembro. Que do silêncio do campo surja esse cavaleiro, “Cambará” na guerra, “Terra” na paz, vento no tempo da história dessa Revolução Farroupilha!
Fonte: Jornal Zero Hora - nº16100 - 20 de Setembro de 2009.
Recomendo:
Leia mais sobre as comemorações da Semana Farroupilha no:
Jornal Zero Hora na edição online
Site da Semana Farroupilha
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