Muito interessante esse texto do escritor gaúcho Luiz Fernando Veríssimo.
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém
andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de
fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar
um ladrão ali,espiando tranqüilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da
casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por
perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: -Oi, eu liguei há
pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já
matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em
casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da
polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma
dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de
assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do
Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
-Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
- Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.
andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de
fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar
um ladrão ali,espiando tranqüilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da
casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por
perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: -Oi, eu liguei há
pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já
matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em
casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da
polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma
dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de
assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do
Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
-Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
- Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.
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