A influência da sociedade sobre o indivíduo é principalmente direta, formativa, apoiadora – na verdade indispensável. A criança que se torna homem fora do grupo social torna-se num animal, sem linguagem, conhecimentos, capacidade de raciocinar, ou mesmo de amar e odiar, como os outros homens. À medida que cresce, a criança interioriza os padrões de conduta e atitudes avaliadoras do círculo imediato de alunos, a que os sociólogos chamam de grupo primário. Quando rapaz, torna-se homem imitando os homens e, ao fazê-lo, modela-se irreversivelmente a essa imagem. O modo como fala e leva o corpo, reage ao prazer ou à dor, a maneira como se conduz com mulheres, velhos e crianças, bem como a economia psíquica interna das suas esperanças, temores e desejos mais profundos, tudo isso tem origem principalmente imitativa. Durante toda a vida o indivíduo procura a aprovação dos “outros significativos”, mostrando-se desejoso de aceitar até mesmo a morte, a violar os tabus aprendidos. Os padrões e julgamentos da sociedade ecoam dentro de si sob a forma de culpa e vergonha.
Robert Wolff
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