Às vésperas de chegarmos ao ano 2010, penso ser necessário fazermos algumas reflexões acerca dos acontecimentos que nos rodeiam.
Foram inúmeros os avanços tecnológicos nos últimos anos. Vivemos, atualmente, a era da informação, e do conhecimento. Com a criação da internet, os processos de comunicação ao redor do mundo tornaram-se instantâneos, o acesso às notícias foi facilitado e a busca por informação foi simplificada através dos “sites” de pesquisa.
Por outro lado, os jovens passaram a ler menos e deixaram o estudo em segundo plano. Os livros foram substituídos pelo Orkut, os cadernos de aula cederam espaço para o msn. E, como se não bastasse, ainda inventaram o tal do Twitter. Um “bombardeio” de criações que tornaram os adolescentes reféns da cultura inútil.
Leio nos jornais sobre os prédios imensos em Dubai; a construção da ponte mais longa do mundo pelos chineses; o encontro dos chefes de Estado, em Copenhague, para discutir a situação do clima no planeta; a escolha do Brasil para sediar os Jogos Olímpicos, em 2016, e a Copa do Mundo, em 2014; e, ao mesmo tempo, me questiono: que relevância tem isso se a mente humana não evolui?
Sinceramente, parece que o ser humano não faz questão de usar o seu cérebro para praticar o bem. Como explicar, por exemplo, a covardia dos acusados de introduzir, recentemente, cerca de 50 agulhas no corpo de uma criança, na Bahia? Como entender um bando de torcedores, nitidamente exaltados pelo fanatismo, que invade um campo de futebol para agredir os árbitros e os jogadores? E as torcidas que brigam entre si? Como compreender a demência de alguém que dispara um soco no rosto de uma autoridade? Como aceitar tanta selvageria em plena iminência do ano 2010? É muito complicado suportar a maldade dos indivíduos.
O que houve com o homem? Não há mais amor ao próximo, ninguém mais tem apreço pelos outros. Onde estão os valores? E a ética? Chega de violência! Adeus, radicalismos! Não podemos mais achar normal o aluno que bate no professor! Basta! Não devemos mais permitir brutalidades.
Quiçá possamos acreditar na vinda de um momento mais alegre para a população. Certamente, no ano que vem, não mudaremos o mundo; não obstante, se todos nós tentarmos ser pessoas melhores, já é o suficiente.
É preciso, sim, que continuemos os protestos, as reivindicações, as vaias, as indignações e a luta pelos nossos direitos. Contanto que não deixemos de lado duas palavras que estão em extinção no vocabulário do povo: respeito e limite! Feliz Ano-Novo!
Fonte: Jornal Zero Hora
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