Apesar da tragédia na manhã desta terça (7) deixar pais, crianças e professores em choque, Renato Alves, especialista do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, afirma: “A escola ainda é um ambiente seguro”.
Ana Paula Pontes
CRESCER - Há como explicar por que esse tipo de tragédia acontece?
RENATO ALVES - Não conheço estudos sobre esse tipo de situação na escola porque é atípica, diferente do que acontece com mais frequência, como conflitos entre professor e aluno, bullying. As pesquisas são feitas a partir de incidências, e esse é um caso isolado no país e com uma pessoa com problema mental.
CRESCER - Um ataque à escola como esse nunca aconteceu no país? E pode ser um precedente para outros sociopatas?
R.A. - Se falarmos em grandes centros urbanos, nunca houve casos, mas o Brasil é enorme, então pode ser que não ficamos sabendo de coisas que acontecem em cidades pequenas. É fato que a tragédia é o rompimento de uma fronteira, mas não quer dizer que vai ser regra. A escola continua sendo um espaço seguro. O que choca, claro, é a brutalidade da situação, que entra para o plano das coisas possíveis. Mas, se olharmos para o número de alunos e escolas que temos no país, vemos que é uma exceção.
RENATO ALVES - Não conheço estudos sobre esse tipo de situação na escola porque é atípica, diferente do que acontece com mais frequência, como conflitos entre professor e aluno, bullying. As pesquisas são feitas a partir de incidências, e esse é um caso isolado no país e com uma pessoa com problema mental.
CRESCER - Um ataque à escola como esse nunca aconteceu no país? E pode ser um precedente para outros sociopatas?
R.A. - Se falarmos em grandes centros urbanos, nunca houve casos, mas o Brasil é enorme, então pode ser que não ficamos sabendo de coisas que acontecem em cidades pequenas. É fato que a tragédia é o rompimento de uma fronteira, mas não quer dizer que vai ser regra. A escola continua sendo um espaço seguro. O que choca, claro, é a brutalidade da situação, que entra para o plano das coisas possíveis. Mas, se olharmos para o número de alunos e escolas que temos no país, vemos que é uma exceção.
CRESCER - Nos Estados Unidos, há instituições com detectores de metais. Que medidas de proteção à escola seriam necessárias?
R.A. - Detector de metais? É não cortar o mal pela raiz. Em primeiro lugar, tem que haver uma política séria de controle do acesso a armas. Como uma pessoa com desequilíbrio mental tem acesso a tanta munição? Ou está muito fácil ou o controle é falho. Outro ponto que merece ser revisto é como é feito o controle de uma pessoa ao espaço interno da escola. A criança precisa ser protegida. E depende de um conjunto de fatores, que englobam políticas governamentais, controle de armas e da escola em monitorar pessoas externas que entram na instituição. O que acontece nas cidades americanas, por uma série de motivos, é diferente do Brasil, como o acesso às armas e o fato de ser uma sociedade mais competitiva, algo estimulado , muitas vezes, dentro da própria escola. Lá, xingar a mãe é menos ofensivo do que chamar você de fracassado. Por isso, há tantos casos de quem sofreu bullying que se revolta e atira contra o professor, os colegas.
CRESCER - Todos nós ficamos com a imprensão de que nem onde se educa há segurança para as crianças...
R.A. - Como eu disse, a escola ainda é um espaço seguro, um espaço de educação no sentido da palavra, que é conviver com o outro, lidar e tolerar as diferenças. É lá que a criança pode desenvolver tudo isso. Devemos lembrar que há bullying, descompromisso de alguns professores com a educação, drogas e outros problemas corriqueiros, que podem não chocar tanto quanto as mortes das crianças nessa escola no Rio, mas que também são graves.
R.A. - Detector de metais? É não cortar o mal pela raiz. Em primeiro lugar, tem que haver uma política séria de controle do acesso a armas. Como uma pessoa com desequilíbrio mental tem acesso a tanta munição? Ou está muito fácil ou o controle é falho. Outro ponto que merece ser revisto é como é feito o controle de uma pessoa ao espaço interno da escola. A criança precisa ser protegida. E depende de um conjunto de fatores, que englobam políticas governamentais, controle de armas e da escola em monitorar pessoas externas que entram na instituição. O que acontece nas cidades americanas, por uma série de motivos, é diferente do Brasil, como o acesso às armas e o fato de ser uma sociedade mais competitiva, algo estimulado , muitas vezes, dentro da própria escola. Lá, xingar a mãe é menos ofensivo do que chamar você de fracassado. Por isso, há tantos casos de quem sofreu bullying que se revolta e atira contra o professor, os colegas.
CRESCER - Todos nós ficamos com a imprensão de que nem onde se educa há segurança para as crianças...
R.A. - Como eu disse, a escola ainda é um espaço seguro, um espaço de educação no sentido da palavra, que é conviver com o outro, lidar e tolerar as diferenças. É lá que a criança pode desenvolver tudo isso. Devemos lembrar que há bullying, descompromisso de alguns professores com a educação, drogas e outros problemas corriqueiros, que podem não chocar tanto quanto as mortes das crianças nessa escola no Rio, mas que também são graves.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA grande maioria dos professores são comprometidos com a Educação. Ninguém tem o direito de julgar os professores, sem conhecer e vivenciar o seu dia-a-dia.
ResponderExcluirA teoria é muito diferente da prática...